Ambrosina da Costa Medeiros é minha bisavó por parte de pai. O álbum que passarei a publicar em várias postagens a partir desta pertencia a ela e foi até hoje bem preservado por minha tia Vanda Medeiros Melo, neta dela, irmã de meu pai.
A publicação dessas postagens com fotos e explicações sobre o álbum revestem-se de um senso profundo de gratidão não só pela preservação cuidadosa do álbum, mas pelo fato de tia Vanda o haver emprestado a mim por volta de 2002 para que eu pudesse digitalizar, preservar e disseminar suas fotos. Tia Vanda faleceu este ano, e lhe faço dessas postagens uma homenagem póstuma!
Ano passado, juntei o álbum a várias cópias de outras fotos de seu interesse, além de várias outas fotos avulsas originais que ela também me havia confiado, e devolvi tudo com um bilhete de imensa gratidão. Fico feliz que o tenha feito antes de seu falecimento. Fatos como esses me assustam e me lembram com ainda mais clareza da brevidade da vida, do peso de assumirmos a responsabilidade pelo que somos e fazemos aqui e agora e do horror da procrastinação, que nos assola a todos!
Como o álbum chegou às mãos da tia Vanda
O referido álbum foi passado às mãos do tio de meu pai, Celico Medeiros, casado com a tia Maruca Melo. Por ocasião do falecimento desses, o álbum ficou em poder dos filhos. Por ser tia Vanda casada também com um Mello, da mesma família, isso explica por que o álbum foi parar justamente nas mãos dela dentre todos os outros irmãos de meu pai.
Quando Nelson Medeiros Franke, meu primo, foi ao Herval há quase dois anos, conseguiu identificar algumas das pessoas retratadas neste álbum e, com a ajuda de Aldemiro Teixeira Medeiros, outro parente nosso, descobriu outro álbum de Ambrosina, semelhante a este, mas em estado precário de conservação. Muitas outras fotos constavam desse outro álbum, sendo algumas delas identificadas, digitalizadas, preservadas e publicadas por Nelson em seu fantástico site Medeiros Franke. Esse referido álbum, de cor azul, será tratado em outra série de postagens.
Depois da última postagem, postarei também um índice para auxiliar o leitor e consulente a navegar por este maravilhoso álbum de Ambrosina.
Ao compilar este álbum virtual, alguns princípios nortearam meu trabalho:
- Disponibilizar as imagens de modo que mostrassem fielmente os originais, com todas as marcas do tempo. Como se o internauta estivesse ou pudesse estar com o álbum em mãos.
- Procurar indicar características do álbum, das fotos, do material empregado ou da montagem que escapam a um consulente via Internet. O objetivo é conferir o máximo possível de prazer real a quem percorrer as páginas do álbum. (Espero que você possa até sentir o cheiro maravilhoso de um álbum de 1850 surpreendentemente bem preservado!)
- Mostrar a sequência exata das páginas e das fotos, ainda que as fotos, como estão hoje, não sigam necessariamente a ordem original do álbum ou a ordem que tinha quando foi passado às mãos de minha tia paterna Vanda Medeiros Mello.
5,2 x 9,4 (foto)
6,3 x 10,3 (passe-partout)
Inscrição: BAPTISTA LHULLIER/ PELOTAS.
Inscrição do verso: Photographia/ BAPTISTA LHULLIER/ Rua General Ozorio N.o 95/ PELOTAS.
Trata-se de José Zeferino da Costa Medeiros, irmão de Ambrosina, e a esposa, Ana Maria. No início de 2003, andei quase 30 quilômetros pelas antigas terras hervalenses dos Munizes, Costas e Medeiros, indo dar na casa da nora do garboso casal, Elodina da Costa Medeiros, um mês antes de completar seus 103 anos e perto de um ano antes de seu falecimento. (Vim saber em janeiro de 2004 que ela faleceu sem completar seus 104 anos.) O motivo da maratona foi a notícia de que na parede da sala havia um quadro, uma fotografia talvez, de meu trisavô, sogro de Ambrosina: Zeferino Inácio de Medeiros.
Fiquei frustrado ao perceber que se tratava de outro Zeferino, o avó de todos aqueles senhores e sonhoras, solteiros e viúvos, todos irmãos, que residiam na casa, junto com a mãe, Elodina. Afinal, que ligação poderia ter aquele zeferino com a minha família? Nenhum dos netos soube responder! O que aumentou ainda mais minha frustração. Mostrando o álbum de Ambrosina aqui publicado, o qual eu levava em minhas mãos imediatamente após havê-lo resgatado de minha tia Vanda, redobrou-se minha frustração quando Elodina, que poderia reconhecer a muitas das fotos, me informou estar incapacitada de enxergar… E seus filhos nada sabiam…
Mas uma das filhas chamou a minha atenção para a foto acima, no álbum… a mesma pendurada na parede, em dimensões muito maiores. Eram seu avós, sogros de Elodina! Fiquei feliz por ver as netas do casal entusiasmadamente reconhecerem os avós na fotografia.
Mas somente depois que fui fazer as vinculações… e descobrir que o belo rapaz da foto era irmão de minha bisavó! Meu tio-bisavô!
* * *
Não havia nenhuma foto encaixada à moldura de número 13 quando o álbum me chegou às mãos. O que se vê na ranhura é a inscrição do verso da próxima foto, a de número 14.